Ele é muito próximo da produção que o Rainer segue atualmente e, inclusive, já no álbum [Gesellschaft:mord] (2000), o artista e ex-militar abordava temas referentes ao exército e/ou guerra.
Thomas Rainer durante apresentação do Siechtum, início dos anos 2000. Fonte |
Waffenschwur, ou Juramento às armas, remixa o Rifleman's Creed, também conhecido como My Rifle e The Creed of the United States Marine. A "pregação" faz parte da doutrina dos fuzileiros americanos e é de autoria do General William H. Rupertus, que a escreveu durante a Segunda Guerra Mundial (entre 1941 e 42).
Durante o treinamento, os fuzileiros aprendem a recitar o Rifleman's Creed, de maneira a não só decorá-lo como também segui-lo. A pregação aparece também em filmes como Full Metal Jacket e Jarhead. No campo da música, a prece é remixada em This is my rifle, da Combichrist. Tanto na música de Andy LaPlegua quanto na de Rainer, é possível que o sample utilizado tenha sido retirado do filme Full Metal Jacket, desta cena.
Veja o Rifleman's Creed na íntegra:
This is my rifle. There are many like it, but this one is mine. My rifle is my best friend. It is my life. I must master it as I must master my life. My rifle, without me, is useless. Without my rifle, I am useless. I must fire my rifle true. I must shoot straighter than my enemy who is trying to kill me. I must shoot him before he shoots me. I will...
My rifle and myself know that what counts in this war is not the rounds we fire, the noise of our burst, nor the smoke we make. We know that it is the hits that count. We will hit...
My rifle is human, even as I, because it is my life. Thus, I will learn it as a brother. I will learn its weaknesses, its strength, its parts, its accessories, its sights and its barrel. I will ever guard it against the ravages of weather and damage as I will ever guard my legs, my arms, my eyes and my heart against damage. I will keep my rifle clean and ready. We will become part of each other. We will...
Before God, I swear this creed. My rifle and myself are the defenders of my country. We are the masters of our enemy. We are the saviors of my life. So be it, until victory is America's and there is no enemy, but peace!
Este é o meu rifle. Há muitos como este, mas este é meu. Meu rifle é meu melhor amigo. Ele é minha vida. Eu devo dominá-lo assim como devo dominar minha vida. Meu rifle, sem mim, é inútil. Sem o meu rifle, sou inútil. Eu devo usar meu rifle de verdade. Eu devo atirar melhor que meu inimigo que está tentando me matar. Eu devo atirar nele antes que ele atire em mim. Eu vou...
Meu rifle e eu sabemos que o que conta nesta guerra não são quantas rodadas nós atiramos, o barulho de nossa explosão, nem a fumaça que fazemos. Nós sabemos que são os acertos que contam. Nós vamos acertar...
Meu rifle é humano, assim como eu, porque ele é minha vida. Assim, eu vou tê-lo como um irmão. Eu vou entender suas fraquezas, sua força, suas partes, seus acessórios, suas vistas e seu cano. Eu vou sempre protegê-lo das ações do clima e deterioração assim como eu sempre proteger minhas pernas, meus braços, meus olhos e meu coração contra a avaria. Vou manter meu rifle limpo e pronto. Nós vamos nos tornar um parte do outro. Nós vamos...
Antes de Deus, eu juro esta prece. Meu rifle e eu somos defensores do meu país. Nós somos mestres dos nossos inimigos. Nós somos salvadores da minha vida. Que assim seja, até que a vitória seja da América e que não haja nenhum inimigo, mas paz!
Olá
ResponderExcluirEm primeiro lugar, parabéns pela iniciativa do blog: o tema é muito interessante e redenrá discussões bem amplas, envolvendo política e estética.
Mas quanto à "prece do rifle", lembrei-me de uma terceira música que a utiliza (com a finalidade evidentemente irônica muito mais aparente que nas bandas que você citou): a banda brasileira Defalla, no refrão da canção "It's Fucking Boring to Death" (me parece que a letra é do Wander Wildner). Cito a canção do Defalla como exemplo de como essa prece ao rifle ficou disseminado pela cultura de massa, exercendo um fascínio pela sua assustadora carga fetichista, exemplo puro do instinto de morte.
[]s