"Minhas fotografias contam histórias de perdas, da luta humana e da exploração pessoal por cenários marcados pela tecnologia e pela sobrecarga... Eu procuro conectar metafórica e poeticamente as ações de trabalho, os rituais idiossincráticos e as estranhamente cruas máquinas com as histórias sobre nossa experiência moderna".
Mas o que chama atenção mesmo nas fotografias é a beleza no caos, na confusão causada pelas imagens surreais que trazem esse sentimento de esperança e, ao mesmo tempo, de tristeza. As séries Reclamation e Procession são dois exemplos que podem causar esse tipo de impressão, já que apresentam uma natureza controlada pelo homem, onde este é capaz de puxar as nuvens e segurá-las com cordas ou então descobrir o "tapete de grama" assim como Dalí ergueu a "coberta do mar" (Dali at the Age of Six, when he Thought he was a Girl, Lifting the Skin of the Water to see a Dog Sleeping in the Shade of the Sea, 1950).
Mas em vez de só provocar o estranhamento do surreal, Robert procura nos lembrar dos efeitos que causamos ao interferir na natureza e, para isso, manipula a fotografia durante a revelação ou então na impressão das imagens. Não se sabe muito sobre esses retratos, no quesito da técnica, mas se presta mais atenção na questão do estilo dos artistas e na mensagem que estes querem passar, especialmente conforme as cores escolhidas para as histórias ali registradas. E, no caso, ao propôr a discussão a respeito do nosso poder sobre a natureza, os ParkeHarrisons não só nos fazem pensar em nosso lado destrutivo e soturno, mas também numa leveza e numa simbiose entre as figuras humanas e os traços vegetais e animais não-humanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário