Thiago Reis é autor do artigo "É possível hackear a existência?", publicado na 17ª edição do Flusser Studies. Nele, ele discute o papel do hacker como uma possibilidade de modificação da nossa existência (Dasein) conforme joga ou "hackeia" programas, isto é, aquilo que faz com que os aparelhos funcionem.
Diante do tipo "funcionário", aquele que está submetido a um ou mais aparelhos, sendo ambos programados, o hacker age como uma espécie de revolucionário que visa quebrar essa lógica organizada por sistemas complexos e, muitas vezes, burocráticos, a partir de um jogo com o absurdo, em busca da liberdade.
"Cabe agora retomarmos a pergunta inicial, que toma sua forma fundamental: é possível hackear a existência? Ou seja, é possível quebrar e reorganizar os códigos aos quais estamos submetidos? É possível alterar o programa em execução de modo a fazê-lo funcionar em nosso benefício? É provável que sim, desde que joguemos com os programas em execução, na tentativa de esgotá-los em suas virtualidades, mas também na tentativa de criar certos bugs que quebrem a sua previsibilidade. A imprevisibilidade deve ser a meta. Certas habilidades técnicas são bem-vindas para que o “hack” ocorra. Mas, para nós, basta apenas uma simples mudança de posicionamento. Imaginemos um cenário possível".
Nenhum comentário:
Postar um comentário