domingo, 17 de novembro de 2013

Claudio Bravo

Claudio Bravo foi um pintor hiperrealista chileno nascido em 1936. Influenciado pela pintura renascentista, barroca e também surrealista, principalmente pelo pintor Salvador Dalí, Bravo viveu e trabalhou em Tangier, no Marrocos, começando a pintar em 1972. Conhecido principalmente por seus retratos, naturezas mortas e pinturas de objetos, ele também fez ilustrações, litografias, gravuras e esculturas em bronze. Sua morte ocorreu em Taroudant, no Marrocos, em 2011, por conta de um ataque epilético.

Dá para reconhecer que Bravo foi também um grande admirador de Velázquez, observando-se a pintura abaixo, que parece ser uma homenagem à famosa Las Meninas (1656), além de gostar do tema do vanitas, já que os crânios estão presentes nessas imagens. Os temas das pinturas de Bravo também fazem parecer que este se interessava por como o pintor renascentista estava se descobrindo ao se representar na tela também, não numa pose de autorretrato, mas de espelhamento, de se pôr como personagem na tela, e de modo que esta pudesse ganhar vida e interação com o observador.

Suas releituras do modo de vida medieval ganham um tom latino (e contemporâneo, como na última imagem, quando um garoto de calça jeans e fones de ouvido segura um cordeiro), ou quem sabe marroquino, já que o chileno esteve naquele país durante boa parte de sua vida. As vestimentas clericais católicas são substituídas pelas muçulmanas, na imagem em que um homem tem seu turbante puxado por uma criança. Maria não veste mais o véu, mas uma burca.

De certa forma, esse artista se aproxima de Helnwein, já que ambos têm uma admiração pela pintura renascentista e uma iluminação barroca em suas imagens, além de trazer esse estranhamento moderno nas imagens. Além de, obviamente, ambos serem hiperrealistas. E cada um em seu contexto: um austríaco (germânico) e outro latino-muçulmano.